"O dia em que nasci moura e pereça;
não o queira jamais o tempo dar;
não torne mais ao mundo; e, se tornar,
eclipse, nesse passo, o Sol padeça.
A luz lhe falte, o Sol se lhe escureça;
mostre o mundo sinais de se acabar;
nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar;
a mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes,
as lágrimas no rosto, a cor perdida,
cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
que este dia deitou ao mundo a vida
mais desgraçada que jamais se viu."
(LuÍs de Camões)
não o queira jamais o tempo dar;
não torne mais ao mundo; e, se tornar,
eclipse, nesse passo, o Sol padeça.
A luz lhe falte, o Sol se lhe escureça;
mostre o mundo sinais de se acabar;
nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar;
a mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes,
as lágrimas no rosto, a cor perdida,
cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
que este dia deitou ao mundo a vida
mais desgraçada que jamais se viu."
(LuÍs de Camões)