quinta-feira, 26 de abril de 2012

Gota de Água

"Eu, quando choro,
não choro eu.
Chora aquilo que nos homens
em todo o tempo sofreu.
As lágrimas são as minhas
mas o choro não é meu."
 (António Gedeão)

Vento no rosto

"À hora em que as tardes descem,
noite aspergindo nos ares,
as coisas familiares
noutras formas acontecem.

As arestas emudecem.
Abrem-se flores nos olhares.
Em perspectivas lunares
lixo e pedras resplandecem.

Silêncios, perfis de lagos,
escorrem cortinas de afagos,
malhas tecidas de engodos.

Apetece acreditar,
ter esperanças, confiar,
amar a tudo e a todos."
   (António Gedeão)

Amor é fogo que arde sem se ver

"Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é um não contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder.

É um estar-se preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter, com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode o seu favor
nos mortais ccorações conformidade,
sendo a si tão contrário o mesmo amor?
      (Luís Vaz de Camões)

A neve

"Batem leve, levemente,
como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente
e a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...

Quem bate assim levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a nãao viaa!
E que saudade, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo  da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça ,
na brancura do caminho...

Fico olhando  esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
de uns pèzinhos de criança...

E descalcinhos, doridos...
a neve deixa ainda vê-los,
primeiro bem definidos,
-depois em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...

Que quem já é pecador
sofra tormentos...enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!
Porque padecem assim?!

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na natureza...
-e cai no meu coração."
   (Augusto Gil)















Lembrando a minha avó-Coisas que foram dela-ferros de passar e engomar roupa, pote do azeite, foices e espetos de ferro e chocalhos usados nas vacas a







Coisas que foram da minha avó- abaças vários usos, cornas a partir de cornos de bois para guardar comida,suporte para panelas e cafeteiras,tarro e tarreta em cortiça para comida, chave da Camareira, barreleira p fazer queijo,ferradura,peneira e cabaça, alforges ra









Coisas que foram da minha avó- candeeiro a petróleo de parede,estanheira, peneira,ferradura,alguidar de barro,alguidares de barro e tábua para a matança do porco,garrafão empalhado,









Coisas que foram da minha avó-vários objectos, bacia grande,candeeiro a petróleo de pé,pratos , o último era da minha bisavó







Coisas que foram da minha avó-Travessa , bacia,vários objectos, garrafa,chávena e pratos








Coisas que foram da minha avó-caixa de cartão c/tampa onde ela guardava fotos, cesto de verga c/tampa e cesto da costura